domingo, 2 de outubro de 2016

O dicionário viciado



Tive que recomeçar várias vezes esse post para não começar dizendo '' vai ser complicado tentar me explicar''. Não por que não seja complicado, mas é que, ultimamente, tenho usado tanto a palavra '' complicado'' que é até comodismo do meu linguajar.

Nós, quando nos deparamos com uma situação em que faltam as palavras, de fato adoramos preencher o vazio da conversa com um '' é complicado''. Mas essa frase, às vezes, vem só pelo vício de se dizê-la e muitas vezes nem é cabível na conversa.

Uma forma de fugir da conversa, de dar um ponto final, de nem dar final, e de escapar de pensar em soluções. Será mesmo que é complicado? E, se for mesmo complicado, será que você não está complicando muito mais só em assumir complicações.

O que vou pedir aqui não é complicado: temos que parar que complicar as situações. De se vitimizar.

No meu dicionário, eu vou passar uma semana tentando apagar essa palavra e substitui-la por um sinônimo mais leve. Um básico eufemismo. E perceber o quanto estou praticando a simpatia, e não a empatia. Ser simpática é simplesmente dizer '' ah, é difícil e pronto.Ponto.'' . A empatia, pelo contrário, olha para as situações e percebe que não é tão complicado assim, pois tudo tem uma solução, acredite! Não é querer colocar a empatia como um substantivo mais valoroso que os outros, mas se eu puder enaltecê-la em meu dicionário interno vou fazê-lo com toda a certeza.

Não quero complicar o texto. Então vou ficando por aqui.

Até a próxima , Cinemáticos ♥

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Qual a velocidade da Oportunidade?

                                                                                     (foto: tumblr)
Esperar  ônibus é tiro e queda : lá vem as filosofias da vida, concentradas naqueles minutos sagrados que você passa, esperando o ônibus. Mas, como todos esses minutos estão concentrados num único momento do meu dia, é aí que eu sinto que uma filosofiazinha tá embrulhando meu estômago.
Todo lindo dia, espero meu, seu , nosso ônibus chegar na Avenida Aguanambi. Para aqueles que nunca tiveram a experiência de pegar um ônibus nessa bela avenida, aqui vai uma descrição:
Primeiro, você vai em direção à avenida, já rezando para que não aconteça o que já ocorreu várias vezes comigo: ver seu ônibus passar em frente aos seus olhos e não poder fazer absolutamente nada para pegá-lo. Por quê? Pois há a tal da parada seletiva. Ela se configura numa espécie de corredor, onde você precisa estar no lugar certo e na hora certa para pegar seu ônibus, que vem na velocidade que eu, com meu conhecimento pouco de física, não saberia nem chutar algo próximo de sua velocidade.
Parece-me tão familiar. Aquele momento que acontece subitamente. Aquele ''é agora ou nunca''.
Parecem muito as oportunidades que a vida dá : você tem que ser esperto à sua chegada e ao momento exato de você embarcar nelas.
Deparo-me muito com  pensamento '' estou no ônibus certo?'' quando muitas vezes estou no modo automático. Graças a Deus nunca peguei um ônibus errado, mas certamente eles causariam certo atraso.
Pegar atalhos na vida com as oportunidades não é saber esperá-las: é estar preparado e atento para não simplesmente estar fazendo algo aleatório e que pode não te levar a lugar nenhum.
E, por fim, saiba ser grato por cada uma. Seja um caminho curto ou longo, aquela oportunidade vai te botar pra frente. Agora, basta você saber qual o caminho que você quer percorrer. Até porque, Qualquer ônibus vai te levar a Qualquer lugar.

Até a próxima parada, Cinemáticos ! ♥

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Overdose de memórias





Leia esse Texto ao som de:



Perfumes realizam perfeitamente o papel de nos lembrar de uma certa pessoa, de um certo momento, de nós mesmo configurados em uma certa fase da nossa vida. Encontrar mais do que momentos em perfumes é algo muito comum para quem gosta de manter sempre o mesmo cheiro em determinado momento. Seria eu na vida?
Encontrar aquele restinho de perfume, que ficou no fundo do armário, é encontrar aquela Eu que eu deixei de lado, no passado. Eu lembrei de você, eu senti o cheiro do perfume que eu usava sempre quando estava ao seu lado. Mas, acima de tudo, eu lembrei de mim. Lembrei de como eu era solta do seu lado, enquanto era tímida para o mundo. Eu lembrei que eu dava os meus melhores sorrisos e derramava as minhas piores lágrimas. Eu lembrei de mim e senti saudade. Ai que saudade de mim.
Agora sei que sou desapegada, e me desapeguei da maioria das lembranças ruins que tive ao seu lado. Eu desapeguei do perfume, depois de passar minutos respirando bem fundo para tentar estimular meu cérebro caduco às minhas memórias.  Eu desapeguei da sinestesia do passado. Eu desapeguei de mim mesma, e de você. Mas ai que saudades de mim. 



Até a próxima sinestesia, Habitantes ♥ 

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Inspiração: Os curtas-clipes do Muse.

 

                                                                   ( Fonte: muse.mu)
Muse é uma banda desde 1994, formada pelos britânicos Matthew Bellamy (piano, vocal e guitarra), Christopher Wolstenholme(baixo, teclado e segunda voz) e Dominic Howard (bateria e percussão). Com um estilo totalmente inovador ( que junta rock alternativo, musica clássica e eletrônica), esses três gênios não apenas arrasam nas letras, melodias e presença de palco, mas também são muito criativos em capas de álbum, publicidade e video-clipes.

                                         

  Exogenesis Symphony Part III é um dos curtas-clipes que mais gosto, pois faz uma metáfora sobre  tempo.

E, além de várias reflexões, você tem contato com uma mistura de sentimentos que são proporcionados pela mistura de ritmos, como a música clássica e o rock. 

 

 A primeira coisa que penso ao escutar Muse é: cena de filme pois a maioria das músicas são aplicáveis a uma trilha sonora incrível! E, realmente, muitas delas já foram trilham sonora de filmes como Eclipse, da Saga Crepúsculo e Guerra Mundial Z

Até a próxima, Habitantes! ♥

 

domingo, 24 de julho de 2016

Você tem um sonho?

Falar de sonhos é falar a mesma língua de toda a humanidade. Todo mundo tem um, mesmo que não saiba qual é. Por isso, esse é um dos temas mais importantes de se aprender a lidar pois precisam ser lembrados e reconhecidos a cada passo de nosso dia a dia. Qual é a diferença entre desejo e vontade? E onde o sonho entra aí?
A complexidade que há dentro de nós nos faz querer realizar diversos sonhos. Ou seriam desejos? Pegando emprestado a concepção dos filósofos de desejo versus vontade, o desejo é definido como algo passageiro, para satisfazer nossas necessidades mais voltadas pra carne, para a Personalidade. Comemos quando ficamos com fome, bebemos quando ficamos com sede, e por aí vai... Esses são apenas desejos, sentimentos efêmeros que vão e voltam sempre que damos espaço.

Já a Vontade, com V maiúsculo, é o oposto. Só ela pode impulsionar o ser humano para um momento melhor em sua vida, algo além. Essa Vontade, já diziam os entendedores, vem do Divino, do que há de melhor dentro de nós. Ao contrário do desejo, ela pode durar muito tempo, inclusive uma vida inteira.

Sejam nossos sonhos movidos por desejo ou pela força de Vontade, devemos sempre inspecioná-los para que nos leve a algum lugar melhor.

Algumas pessoas têm sonhos parecidos. Como, por exemplo, o meu. Sempre quis fazer algo voltado para a escrita e talvez retornar ao blog tenha sido a forma de eu me aproximar do meu sonho. A diferença de desejar e ter vontade de realizar esse sonho é que, se fosse apenas um desejo, eu já me sentiria satisfeita só por me ver mover os dedos pelo teclado e escrever algumas sentenças. Mas eu sei, agora, que esse sonho é movido pela Vontade, pois só vou me sentir realizada quando alguém chegar a mim e dizer '' Obrigada, você mudou minha vida através da sua escrita''.
E talvez nem aí eu esteja satisfeita ao ponto de parar. Mas ficarei bem feliz e realizada.
 

 E, para aqueles que acreditam que não tem um sonho, aqui vai um recado:

                                                        E n c o n t r e m    u r g e n t e !

Primeiramente, é preciso ter muito autoconhecimento para sabermos o que realmente queremos, e esse autoconhecimento é necessário não só no tópico '' sonhos''. Depois, é preciso entender que nosso pensamento deve estar voltado para coisas maiores, e não pequenos problemas que achamos que são gigantescos.
Nossos sonhos são nossas bússolas e as nossas dificuldades são nosso motor, pois nos impulsionam para mares mais fortes. Entretanto, nossos problemas nunca devem ser âncoras. A âncora está lá por que nós mesmos a colocamos, e ela é mais leve do que achamos que é.
E um aviso:  foquemos em um só sonho por vez, para que nosso trabalho seja feito com maestria. Nada de remar em vários mares só para pular algumas ondinhas. Tudo bem se algumas ondas gigantes apareçam pelo caminho, mas elas só mostram o quanto nosso barco é forte e aguenta toda tempestade.

Até a próxima remada, Habitante!


sábado, 23 de julho de 2016

De onde vêm as Coleções? - Diário do Desapego #01.


(Foto: Isa Daughter)

A ideia de Coleções é uma invenção de muito tempo atrás, enraizada na história assim como todos os contos de heróis acumulados pelas estantes de sebos. Essa ideia é o coletivo da frase '' Compre agora já pensando no que vai comprar depois''. Traduzindo... Elas são uma mera invenção para ratificar algo que é próprio do ser humano: o apego às coisas materiais.
Porém, nem todas as Coleções se alimentam de objetos comprados, pois algumas se referem a algo mais íntimo, como cartas ou papeis de bombons que foram usados em uma época especial, e por aí vai( o mais engraçado é que o ser humano realmente tem muita criatividade para inventar coleções...)
Tudo começou desde criança, sempre tive mania de acumular trecos, de fazer ''mini-coleções'' de tudo que via pela frente: cartinhas de álbum de figurinhas repetidas, tampinhas personalizadas, conchinhas da praia, entre outras coisas que não valem a pena nem citar. Sempre achei fotos e vídeos de coleções muito belos, muito interessantes. Quem nunca se encantou com uma estante de coleção de livros do chão ao teto com variadas cores e Histórias e Estórias acumuladas. 
  Foi lá pelos 16 anos, por aí. Comecei a me apaixonar cada vez mais pelo Cinema, e eu entrei nessa arte de cabeça: fui logo fazendo coleção de DVDS, comprando livros tal qual '' Tudo Sobre Cinema''. Preenchi duas prateleiras só com filmes, e sempre almejava mais. E ainda colocava aquilo como uma                                                                             meta.
Sim, são lindos os DVDS dispostos um ao lado do outro, separados por cor e por tema. Mas se observamos tem algo a mais em tudo isso. Era um desejo de ter, ter, ter... e sempre querer mais um.
Então parei e pensei '' ok, alguns eu realmente assisto sempre... mas tem outros que estão aqui                                                                         desnecessariamente.''

                                     Mas, na real, será que eu realmente preciso deles? 

Então comecei o meu momento desapego e retirei metade deles. Ainda sobraram muito, mas pretendo me desfazer ainda da metade do que sobrou. Afinal, estava eu acumulando histórias dentro o fora de mim? As verdadeiras histórias que nos cativam, elas nunca saem da nossa memória. E que tal criamos uma Coleção Privada em Memória? Ao invés de termos uma Coleção Privada em Estante. Se você quer desapegar também, comece devagarinho, vendo que coleções são desnecessárias a sua vida. Poste uma foto, talvez, incentivando outras pessoas. Pois assim como há pessoas para nos incentivar somente a comprar, comprar e comprar; existem aquelas que podem nos passar coisas mais verdadeiras, com querer viver histórias, e não acumulá-las numa estante.

Até a próxima, Habitantes!

sexta-feira, 22 de julho de 2016

''Ser feliz é simples, o dificil é ser simples...''

Ontem fui para um evento do curso que estou fazendo e, já todos em sala, entrou, após uns 10 minutos da palestra, uma moça alta, de cabelos soltos ,com mechas californianas; com roupas muito elegantes e diferentes de todos aqueles que estavam na sala. Percebê-la foi inevitável pois ela estava carregando duas bolsas enormes(não, eu não sou exagerada,apenas já acho as bolsas pequenas já de bom tamanho, enquanto que a dela era enorme, sim rs).Olhei para ela com toda a sua complexidade de coisas e ela olhou para mim também. Não por que estava vendo a minha complexidade, mas por que a única cadeira vazia era a que estava do meu lado. Ela sentou e durante a palestra não conseguiu se desligar completamente do smartphone, e eu apenas tentava me concentrar na palestra, enquanto que o celular dela vibrava ao meu lado- e ela parecia vibrar também enquanto respondia- olhei pra ela e pensei: '' Não quero ser assim, complexa, cheia de tarefas, cheia de detalhes.'' E depois me peguei pensando ainda sobre essa observação.
Depois da palestra estávamos numa roda de conversa e ela realmente me disse que estava muito atarefada ( todo mundo adora dizer isso de qualquer forma).
Como é ficar adulto? Será que envolve ficar cada vez mais atarefado, cheio de horários apertados e pensamentos de mais? Será que vou perder minha tranquilidade de não saber que horas são agora? Se for assim, eu tô fora. Tempo, por gentileza, atue ao contrário, viu?
Talvez agora que eu percebi que 18 anos já é o final da adolescência, praticamente, esteja mais preocupada com as coisas mais importantes. Afinal, para se tornar uma pessoa simples é preciso um pouco dessa simplicidade a cada dia. Por onde começar?
Esse nosso lado múltiplo, complexo, porém único, às vezes me deixa louca, e novamente o pavor de me tornar uma pessoa totalmente cega às coisas da vida me vem à tona.
Mas, no fundo, preciso ser mais simples em um lugar: aqui dentro. Em minha mente preciso esvaziar toda voz que vem de fora, todo anúncio, toda propaganda que vem do mundo; para, enfim, organizar meus pensamentos e deletar aqueles que são inúteis, aqueles que estão voltados só pro mundo.
E então a Simplicidade me fará uma pessoa feliz, pois como já dizia o poeta: '' Ser feliz é simples, o difícil é ser simples!'' 

Um bom dia, Habitantes!


 
( Foto: Isa Daughter
Essa foto foi tirada no exato momento em que vi que esse pensamento poderia virar um post, e foi quando eu percebi que eu queria ser tão simples quanto esse pôr-do-sol.
Simples, mas completo ;)